quarta-feira, 29 de julho de 2020

Será que com o COVID-19 a minha casa tornou-se mais pequena? Ou nem por isso?


Durante o período de confinamento devido à pandemia que vivemos, senti a necessidade de averiguar, junto de algumas das pessoas com as quais tenho trabalhado ao longo do tempo, quais as suas perceções relativamente à casa em que atualmente vivem e aos critérios de escolha de casa para morar.

Vivemos tempos altamente especulativos, em que todos tentam adivinhar como será o futuro, pelo que esta análise se tornou crucial para o meu entendimento da época que estamos a passar e para perceber como poderei ajudar mais e melhor os meus clientes daqui para a frente.

Lancei mãos à obra e realizei um pequeno inquérito de opinião em que procurei entender que tipos de mudanças poderão surgir nas expectativas de quem procura uma nova casa e se as suas motivações poderiam de alguma forma ter sido alteradas com toda esta situação do COVID-19.

E quais foram então as respostas?

Vejam abaixo o que me responderam com suporte gráfico:

Parti do princípio, ou seja, averiguando qual o tipo de habitação dos respondentes.  Quis saber em que tipo de casa vivem e se se trata de casa própria, casa arrendada ou de algum familiar.

A grande maioria, indo de encontro à realidade do nosso país, vive então em casa própria, 72,4% sendo que igualmente 72,4% vive num apartamento.


De seguida pensei questionar quais os fatores que mais valorizaram aquando da escolha da sua casa, comparativamente com os fatores que valorizariam caso decidissem comprar casa atualmente. Estava bastante curiosa para confirmar se haveria ou não diferenças na forma de analisar a compra de casa.

Queria mesmo saber se, independente do local onde as casas se inseriam, haveria diferenças nos critérios de análise, pelo que decidi excluir a localização, uma vez que, pelo que a experiência me tem mostrado,  parece-me ser por norma, o principal fator de análise na hora de escolher casa.






















Está claro que a tipologia é o critério mais valorizado com 58,6% dos inquiridos a referi-la como critério essencial no momento de escolha da sua atual casa, seguido das áreas sociais com 37,9% de respostas e exposição solar com 29,3%. No final da tabela, veio a classificação energética com apenas 1,7% de respostas.

E após a pandemia? Tudo se manteve igual?

Interessante seria agora verificar, se estes critérios de escolha mudaram durante a pandemia ou se a forma de ver as características das casas alterou de alguma forma. 

Reparem então no gráfico seguinte, em que a encarnado se registam as novas respostas, após pandemia, em comparação com as respostas antes da pandemia (a azul) no que diz respeito às características mais valorizadas no momento da compra:

É curioso ver que, tal como se costuma dizer, "mudam-se os tempos, muda-se as vontades".

À pergunta: "Se mudasse agora de casa, o que iria valorizar mais?" houve realmente algumas diferenças relativamente às respostas que vale a pena analisar.

A tipologia que foi o critério mais referido no período anterior, apontado pela maioria, apresentou um decréscimo para os 18%, já o espaço exterior parece ter ganho uma importância extra, subindo de 8% para 41,4%, assim como a exposição solar.

Um dos aspetos que me chamou a atenção, foi o facto de, neste questionário, ter notado um decréscimo de importância das zonas sociais, embora ligeira, em oposição à valorização do tamanho dos quartos, talvez pela necessidade de, ao estarmos forçadamente mais tempo em casa, manter o espaço pessoal,  promovendo os momentos de privacidade.


Agora percebemos que, num mundo ideal, 77,6% dos inquiridos gostaria de morar numa casa com espaço exterior, sendo as moradias isoladas os imóveis mais cobiçados com 41,4% de respostas.


Parece haver também uma crescente preferência pelas zonas fora dos centros urbanos. Apenas 12,1% respondeu que a sua casa de sonho se situaria no centro da cidade.

Ainda assim, a grande maioria considera que o surto de COVID-19 não o fez pensar em mudar de casa durante a pandemia nem nos próximos 12 meses, aos contrário dos restantes 27,6% que em alguma altura pensaram nessa alternativa.




Apesar de passarmos por uma época mais conturbada, o mercado de compra e venda de imóveis continua no entanto a movimentar-se, sendo que quase 40% dos respondentes declara que poderá pensar em comprar ou vender um imóvel nos próximos 12 meses. O que noto enquanto profissional da área, é que os negócios estão a fazer-se de forma mais lenta e cuidadosa, com critério redobrado na análise do risco de investimento.

Para finalizar, e porque me interessa ser melhor a cada dia, (e ser melhor corresponde a responder da melhor forma às necessidades dos meus clientes), não pude deixar de perguntar quais as características que procuram num agente imobiliário e, voilá, por mais que mudem os tempos e as vontades, há valores que se mantém inalterados, como a honestidade!






DICA DE CONSULTOR:
Por mais rankings e prémios que se possam apresentar, são, ainda hoje, os valores que distinguem os verdadeiros profissionais. 
Que todos juntos nos esforcemos por elevar o standart do setor da mediação imobiliária. 
Que sejamos profissionais honestos, humildes e com sede de aprendizagem para apresentar a cada dia um serviço de excelência melhor que o de ontem e pior que o de amanhã!