Durante o período de confinamento devido à pandemia que vivemos, senti a necessidade de averiguar, junto de algumas das pessoas com as quais tenho trabalhado ao longo do tempo, quais as suas perceções relativamente à casa em que atualmente vivem e aos critérios de escolha de casa para morar.
Vivemos tempos altamente especulativos, em que todos tentam adivinhar como será o futuro, pelo que esta análise se tornou crucial para o meu entendimento da época que estamos a passar e para perceber como poderei ajudar mais e melhor os meus clientes daqui para a frente.
Lancei mãos à obra e realizei um pequeno inquérito de opinião em que procurei entender que tipos de mudanças poderão surgir nas expectativas de quem procura uma nova casa e se as suas motivações poderiam de alguma forma ter sido alteradas com toda esta situação do COVID-19.
E quais foram então as respostas?
Vejam abaixo o que me responderam com suporte gráfico:Parti do princípio, ou seja, averiguando qual o tipo de habitação dos respondentes. Quis saber em que tipo de casa vivem e se se trata de casa própria, casa arrendada ou de algum familiar.
A grande maioria, indo de encontro à realidade do nosso país, vive então em casa própria, 72,4% sendo que igualmente 72,4% vive num apartamento.
Queria mesmo saber se, independente do local onde as casas se inseriam, haveria diferenças nos critérios de análise, pelo que decidi excluir a localização, uma vez que, pelo que a experiência me tem mostrado, parece-me ser por norma, o principal fator de análise na hora de escolher casa.
Está claro que a tipologia é o critério mais valorizado com 58,6% dos inquiridos a referi-la como critério essencial no momento de escolha da sua atual casa, seguido das áreas sociais com 37,9% de respostas e exposição solar com 29,3%. No final da tabela, veio a classificação energética com apenas 1,7% de respostas.
E após a pandemia? Tudo se manteve igual?
Interessante seria agora verificar, se estes critérios de escolha mudaram durante a pandemia ou se a forma de ver as características das casas alterou de alguma forma.Reparem então no gráfico seguinte, em que a encarnado se registam as novas respostas, após pandemia, em comparação com as respostas antes da pandemia (a azul) no que diz respeito às características mais valorizadas no momento da compra:
É curioso ver que, tal como se costuma dizer, "mudam-se os tempos, muda-se as vontades".
À pergunta: "Se mudasse agora de casa, o que iria valorizar mais?" houve realmente algumas diferenças relativamente às respostas que vale a pena analisar.
A tipologia que foi o critério mais referido no período anterior, apontado pela maioria, apresentou um decréscimo para os 18%, já o espaço exterior parece ter ganho uma importância extra, subindo de 8% para 41,4%, assim como a exposição solar.
Um dos aspetos que me chamou a atenção, foi o facto de, neste questionário, ter notado um decréscimo de importância das zonas sociais, embora ligeira, em oposição à valorização do tamanho dos quartos, talvez pela necessidade de, ao estarmos forçadamente mais tempo em casa, manter o espaço pessoal, promovendo os momentos de privacidade.
Agora percebemos que, num mundo ideal, 77,6% dos inquiridos gostaria de morar numa casa com espaço exterior, sendo as moradias isoladas os imóveis mais cobiçados com 41,4% de respostas.
Parece haver também uma crescente preferência pelas zonas fora dos centros urbanos. Apenas 12,1% respondeu que a sua casa de sonho se situaria no centro da cidade.
Ainda assim, a grande maioria considera que o surto de COVID-19 não o fez pensar em mudar de casa durante a pandemia nem nos próximos 12 meses, aos contrário dos restantes 27,6% que em alguma altura pensaram nessa alternativa.
Apesar de passarmos por uma época mais conturbada, o mercado de compra e venda de imóveis continua no entanto a movimentar-se, sendo que quase 40% dos respondentes declara que poderá pensar em comprar ou vender um imóvel nos próximos 12 meses. O que noto enquanto profissional da área, é que os negócios estão a fazer-se de forma mais lenta e cuidadosa, com critério redobrado na análise do risco de investimento.
Para finalizar, e porque me interessa ser melhor a cada dia, (e ser melhor corresponde a responder da melhor forma às necessidades dos meus clientes), não pude deixar de perguntar quais as características que procuram num agente imobiliário e, voilá, por mais que mudem os tempos e as vontades, há valores que se mantém inalterados, como a honestidade!
Que todos juntos nos esforcemos por elevar o standart do setor da mediação imobiliária.
Que sejamos profissionais honestos, humildes e com sede de aprendizagem para apresentar a cada dia um serviço de excelência melhor que o de ontem e pior que o de amanhã!